terça-feira, 6 de novembro de 2007

ORIGENS

No final do século XI, a Europa, enfrentava uma profunda crise econômica e vivia um momento de estagnação sócio-cultural. O Cristianismo encontrava-se tumultuado e dividido; esse clima tenso era propício para guerras e disputas internas que só colaboravam para o agravamento da situação.
O novo Sumo Pontífice a ocupar o Trono de São Pedro, Urbano II, eleito papa em 1088, revelou-se, muito além daquelas qualidades e funções cabíveis ao suposto representante de Deus na terra, um notável político e excelente articulador.
Um dos sonhos da Igreja da época, e de Urbano II, era retomar a cidade de Jerusalém, cuja posse estava nas mãos dos "infiéis do islã" havia mais de quatro séculos, desde o ano 638 d.C., quando fora tomada pelo exército muçulmano. Além da importância histórica para os cristãos da própria cidade em si, os supostos tesouros ali encerrados, havia também por parte de toda a alta hierarquia do clero, o desejo de "unificar" cristãos ocidentais e orientais sob o jugo único do pontificado Papal. Esses eram motivos mais que suficientes para justificar uma empreitada a terra santa.
A habilidade política do Papa Urbano II conquistou a submissão espiritual de praticamente todos os cristãos ocidentais, fazendo com que parte da Europa entendesse que havia uma necessidade premente e divina de se recuperar aquilo que, por direito, pertencia aos cristãos. E desta forma foi articulada a Primeira Cruzada, cujo divino objetivo era "devolver a Deus o que era de Deus". Teve início a Primeira Cruzada, e assim Jerusalém viria a cair sob domíínio cristão ocidental. Estava inalgurada a era das "guerras santas".
As peregrinações, naquela época, eram costumeiras entre os europeus, principalmente entre os cristãos, sendo uma atividade abençoada e encorajada pela Igreja e pelo Papa. Um dos caminhos de maior importância, senão o mais importante, era justamente aquele que conduzia os peregrinos à Terra Santa, ou seja, Jerusalém. Esse caminho, contudo, não era seguro, deixando os que nele se aventurassem a toda sorte de bandidismo, assaltos, etc., e mesmo à morte.
Alguns anos após a queda de Jerusalém, em 1118, nove Cavaleiros então, liderados por Hughes de Payens, todos veteranos da Primeira Cruzada, se reuniam para prestar um nobre serviço ao reino cristão e fundaram a Ordem dos Cavaleiros de Cristo, tomando o tríplice voto de Castidade, Pobreza e Obediência, dedicando suas vidas, dali até a morte, à proteção dos peregrinos e à garantia do Reino de Cristo.
O então novo Rei de Jerusalém, Balduíno II, que sucedera seu primo Balduíno I, logo viu na atitude dos nobres e valorosos cavaleiros algo de grande valor e importância. A título de reconhecimento e confiança, cedeu-lhes terras e construções para que lhes servissem de acomodação e base. As terras eram situadas no local onde supostamente havia sido construído o famoso Templo de Salomão. Não tardou e os "Pobres Cavaleiros de Jesus Cristo" passaram a se denominar de "Cavaleiros do Templo de Salomão", ou simplesmente de "Cavaleiros Templários" e, assim nasceu a "Ordem do Templo", cuja denominação completa era: "Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão".

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