terça-feira, 6 de novembro de 2007

OS TEMPLÁRIOS

Eram cavalheiros protetores,instalados por Balduíno II, rei de Jerusalém em uma residência ao lado ocidental do palácio construido nas proximidades das ruinas do Templo de Salomão. Dai o nome Cavalheiros dos Templos, ou Os Templários. Em 1127 o Papa Honório II aprovou os templários ocmo ordem, dando a eles vestimentas especiais: um hábito branco com uma cruz vermelha no peito. Pouco tempo depois, no Concílio de Troies, foram redigidos os estatutos dos templários, imitando a ordem de São Benedito, porém os cavalheiros não eram religiosos, quebrando em pouco tempo todos os votos, incluindo os de pobreza e castidade. Um grande número de burgueses se alistou na ordem, e a religiosidade acabou cedendo lugar ao orgulho, avidez, luxúria, mas sem jamais deixar de defender o papado que lhes deu total liberdade. Após uma série de lutas e andanças, Hugo de Payns e mais oito cavalheiros descobriram, nas ruinas do Templo de Salomão, uma passagem secreta só conhecida pelos iniciados nos mistérios hebraicos. Resolveram tentar entrar. Se fosse simples curiosidade, poderiam morrer. Mas resolveram levar a sério e assim que a porta se abriu, encontraram, entre estranhas figuras(estátuas e estatuetas), no lado direito, um trono encoberto de seda e sobre o trono um triângulo com as inscrições hebraicas YOD. A soma da inscrição é oito, a continuação da verdade eterna. A letra Y representa várias idéias e serve de secreta resposta a várias perguntas. A letra D significa a Divindade, letra delta, e representa o triângulo - a mais simples das formas geográficas perfeitas. Junto aos degraus do trono estava a "Lei Sagrada", que se presumia ser a vontade de Yaveh transmitida ao patriarca Abrahão. Após lerem a "Lei Sagrada", refletiram diante da tal cenário e perceberam que tinham em mãos tudo o que simbolizava a Matriz da Natureza e a ressureição, guardando o germe da criação. Recolhidos a sua nova descoberta, os "pobres cavalheiros de Cristo" prestaram juramento, já com a chave interpretativa de todas as figuras do Templo, inspirados na Qabalah e na Lei Sagrada.Em 1129, quando Hugo Payns se paresenta frente ao Concílio de Troyes, na qualidade de primeiro grão-mestre da Ordem do Templo, a idéia já não era mais uma sujeição da Igreja, mas obediência a Deus. Prova disto era a inscrição do estandarte negro da ordem: "Non nobis, Domine, sed nomini tuo ad gloria". Em pouco tempo, as fileiras dos templários tornaram-na a mais forte das sociedades secretas do século XII - já com divisão em classes: sacerdotes, cavalheiros, escudeiros, leigos e soldados. A iniciação baseava-se na interpretação dos símbolos de Salomão. Com o passar dos acontecimentos, a Ordem se tornou tão poderosa a ponto da Igreja "cerrar" os olhos e compartilhar os benefícios que a riqueza dos templários proporcionava.Até mesmo a interpretação "profana" da comunicação com o sobrenatural ou espírita foi "engolida" pela igreja, que sendo contra o espiritismo, passou a ver a ressureição de Cristo de forma mais natural dentro da doutrina de comunicação com o além. O poder financeiro dos templários vencia fácil as opiniões contrárias. Os templários proferiam um culto baseado na síntese de várias filosofias e instituiram sete graus de iniciação - três elementares, três filosóficos e um cabalístico, denominados: Adepto, Companheiro, Mestre Perfeito, Cavaleiro da Cruz, Intendente da Caverna Sagrada, Cavaleiro do Oriente e Grande Pontíficie da Montanha Sagrada. A CAverna Sagrada era o local onde se reuniam e tinha forma de quadrilátero. O Oriente representava a Primavera, o Ar, a Infância e a Madrugada; o Meio-Dia (Sul) o Estio, o Fogo e a Idade Adulta; o Ocidente a Água, o Outono o Anoitecer; o Norte a Terra, o Inverno a Noite - eram quatro fases da existência. O Fogo do Meio-Dia simbolizava a regeneração e a renovação. A chama consumia todas as misérias humanas e das cinzas purificadas, saia a nova matéria, isenta de impurezas. No Oriente, o Ar da Madrugada aflorava esta nova matéria, dando-lhe o clima de Primavera. Depois vinha o Outono, o anoitecer da ida, em que a Água do Ocidente alimentava os últimos vestígios da existência e finalmente o Norte, que marca o ocaso da vida. A Terra coberta de neve, imobilizada pelo Inverno e pela Noite fria, derrotando a fragilidade humana. O Grande Pontíficie da Montanha Sagrada empunha o Martelo da Sabedoria e toma lugar no Oriente. Em cada clima há grupos de Mestres Perfeitos. No centro do Templo, num pedestal que se eleva por três degraus está a grande figura do Baphomet, símbolo da reunião de todas as forças dos dosi princípios (masculino e feminino), como está no Livro da Criação. No peito da estranha e colossal figura, a Cruz de Cristo, Vermelha, que dava à Rosa Branca (símbolo da mulher) uma entonação que ia do alaranjado ao vermelho. Simbolicamente , é a vida que brota da união entre a força ativa, exuberante, positiva e a fragilidade, a delicadeza e a obediência passiva. Por cima da Cruz, a letra "G" simboliza a Geração. O ritual iniciático dos Templários foi passado através da Ordem do Santo Graal. A Ordem do Graal(Cavalaria Oculta do Santo Graal) era um sistema maçonico em andamento, que mesclava so princípios do Cristianismo com a idéia universal da Fraternidade Humana. O problema dos Templários não era o fundamento doutrinário nem religioso, mas sim o mundo material que os rodeava. A medida em que as riquezas se multiplicavam, foram se tornando agiotas dos reis, cobrando juros exorbitantes, alegando que sua fortuna foi conquistada a custa de muito sangue e assim foram perdendo a sensibilidade da moral, para em seguida tornarem-se beberrões e libertinos, justificando seus bacanais com a desculpa de que Salomão tinha um harém de belas mulheres e nem porisso deixou de levantar o templo mais famos em honra à divindade. Em suas missões pelo Oriente, começaram a misturar a doutrina cristã com ensinamentos muçulmanos e fazer com que tudo se resumisse aos seus rituais - daí a acusação de heresia que viria mais tarde do rei da França, apoiado pela Santa Igreja. No entanto, consideravam Deus como uma Deidade Una, pertencente a todos os povos e sistemas religiosos, sendo exemplo de absoluta bondade e amor. Mesmo assim, em 13 de outubro de 1307, Jacques de Molay e todos os templários da França foram presos pel orei em nome da Inquisição. Foram submetidos à torturas inúmeras, sendo obrigados a confessar seu repúdio à Cristo e a adoração à ídolos infâmes, como Baphomet (que seria a própria personificação do Diabo). Paralelamente, o rei (um dos maiores devedores de dinheiro à Ordem) já ia julgando-os a revelia, antecipando a Igreja e ao mesmo tempo se apossando de todos os bens dos templários(e quitando suas dívidas, é claro). Em 11 de março de 1314 Jacques de Molay pede uma audiência com os inquisidores, e quando todos pensavam que ele iria pedir perdão ao rei, fez o contrário. O Grão-mestre repudiou sua confissão sob tortura e disse estar preparado para morrer, rejeitando sua condição de réu e condenando o papa e o rei por complô contra a Ordem Templária, deixando claro saber das intenções materiais deles. Foi o suficiente para morrer na fogueira como herege, com o agravante de crime de lesa-majestade. Ato corajoso, mas que lhe custou a vida. Já na fogueira, pronunciou em praça pública suas últimas palavras: "Nekan, Adonay..." e intimou o papa e o rei a comparecerem perante Deus dentro de um ano. Curioso, mas um ano depois o papa e o rei morreram de um mal misterioso, comparecendo à Deus, conforme a intimação de Molay. O que restou da Ordem Templária está na maçonaria, que se proclama descendente espiritual da Ordem, embora alguns autores afirmem que esta transmissão se verificou por intermédio da Rosa-Cruz.

Um comentário:

Unknown disse...

Apenas uma pequena observação, sem pretensão de ser ou ter mais conhecimentos que ninguém: Cavaleiros e não Cavalheiros.
Obrigada